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Um anel de alta joalharia, da colecção de Betty Grafstein, serviu para pagamento da sessão de sexo em grupo em que José Castelo Branco esteve envolvido. A jóia foi comprada ao rei do jet-set por 35 mil euros. A orgia decorreu num quarto de um hotel de luxo de Lisboa e teve como intervenientes Castelo Branco, o empresário João Ferreira e a sua mulher. Depois do encontro, os três jantaram no restaurante da unidade hoteleira. A companheira do empresário acusa-o de ser obrigada a participar naqueles encontros sexuais, num caso que começa hoje a ser julgado no Tribunal de Famalicão. João Ferreira está em prisão domiciliária e terá de responder por violência doméstica e posse de arma proibida. O arguido tem uma versão diferente da mesma história: diz que nunca obrigou a mulher a ter sexo e por isso quer que as fotos e os vídeos em que o casal aparece com José Castelo Branco, e que foram apreendidos pela Polícia Judiciária nas buscas à sua casa, sejam tidos em conta. O ‘conde’ e a mulher, Betty Grafstein, vão ser ouvidos como testemunhas, arrolados por João Ferreira. O que o empresário pretende mostrar é que as orgias eram consentidas por todos e que assentavam em contrapartidas: diz mesmo que no final do encontro com a mulher e o ‘conde’ comprou um anel a Castelo Branco. Depois, ofereceu a jóia à mulher, que a ostenta-va numa das fotografias também juntas aos autos. O depoimento da ex-companheira do empresário será determinante. A mulher já se constituiu como assistente e poderá dizer efectivamente o que acontecia nos encontros. Também terá de explicar as agressões de que diz ter sido vítima ao longo de vários anos de casamento e que redundaram na acusação que agora chega a tribunal. Como testemunhas, José Castelo Branco e Betty são obrigados a responder a todas as perguntas. Os depoimentos deverão ser proferidos à porta fechada, por se tratar de matéria do foro íntimo. A defesa de João Ferreira defende que a joalheira sabia dos encontros e da forma como o marido promovia o seu trabalho.
PORMENORES À PORTA FECHADA
O julgamento vai decorrer à porta fechada por estar em causa situações de maus-tratos e abusos sexuais. Só a sentença deverá ser pública. A filha do casal já foi ouvida para memória futura.
JUIZ VALIDOU VÍDEOS
O juiz de instrução criminal nunca pôs em causa a veracidade do vídeo de 19 minutos em que se vê José Castelo Branco a fazer sexo com o empresário e a mulher deste.
USARAM VÁRIOS OBJECTOS SEXUAIS
Nos encontros, os intervenientes usaram brinquedos sexuais, tais como vibradores. A mulher do empresário tinha pelo menos dois na mala, que usou no final.
CERCA DE 500 VÍDEOS CASEIROS
Do processo, constam centenas de vídeos e fotografias de cariz sexual. Numa das gravações, com cerca de 19 minutos, aparece Castelo Branco. É de 2006.
AMEAÇADA DE MORTE DURANTE UM JANTAR
A mulher terá sido ameaçada de morte durante um jantar. A ameaça consta da acusação pública e, segundo o ‘CM’ apurou, terá sido proferida à frente de José Castelo Branco. Quem o diz é a ex-companheira de João Ferreira, que garante ainda ter vivido em clima de terror durante muitos anos. Diz que era uma escrava sexual do marido.
JOSÉ CASTELO BRANCO: "MESMO QUE FIZESSE SEXO COM ELES, NÃO IA HAVER AMEAÇAS"
José Castelo Branco garante que ainda não foi notificado para comparecer em tribunal depois de ter sido arrolado como testemunha no caso das orgias, mas mostra-se tranquilo. "Se tiver de ir a tribunal, vou. Não tenho nada a temer. Não cometi qualquer crime", revela o rei do jet-set, que já mudou de postura em relação ao filme em que aparece a fazer sexo com João Ferreira e a mulher e que antes dizia tratar-se de uma montagem. "Sobre o filme, não falo nada. Não estou preocupado. Mesmo que eu andasse a fazer sexo com eles, ele [João Ferreira] nunca ia fazer ameaças à minha frente." Para José Castelo Branco, a acusação contra o empresário de Famalicão foi uma surpresa. "Eles pareciam-me um casal normalíssimo e cúmplice. Nunca vi nada de mal ou violência", justifica. O socialite sublinha ainda que esteve com o casal "apenas meia dúzia de vezes" e nega que tenha recebido dinheiro ou outras recompensas. "Do João apenas recebi uma salva de prata, um jarro de água e um peixe de Bordalo Pinheiro".
NOTAS JUDICIÁRIA PROCURAVA ARMAS
A Polícia Judiciária do Porto investigava o empresário de Famalicão por tráfico de armas. Foi numa busca domiciliária que os inspectores encontraram os vídeos e as fotos.
TATUAGEM DE SERPENTE IDENTIFICA Só um grupo restrito de pessoas entrava nas orgias. As mulheres que participavam nos encontros tinham uma serpente tatuada no tornozelo para serem identificadas.
CUNHADO DO ARGUIDO EM TRIBUNAL Francisco Barbosa, cunhado de João Ferreira, também é arguido neste processo. Vai responder apenas pelo crime de posse de arma proibida.
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